Representação foi enviada ao MP por um vereador de Santos. Segundo ele, há descumprimento dos protocolos de higienização dos ônibus coletivos.
O Ministério Público do Estado de São Paulo recebeu e acatou uma denuncia sobre a diminuição da frota e a aglomeração de passageiros dentro dos ônibus municipais de Santos, no litoral de São Paulo, durante a pandemia do novo coronavirus. A Viação Piracicabana, empresa responsável pelos coletivos na cidade, afirma não ter conhecimento da ação.
Em entrevista nesta quarta-feira (12), o autor da ação, o vereador santista Fabrício Cardoso (Podemos), diz que as reclamações de moradores nas redes sociais levantaram a questão. O vereador e sua equipe decidiram verificar a situação pessoalmente. Eles entraram, em um único dia, em cerca de 30 ônibus municipais para verificar se alguma linha da frota havia adotado as medidas de prevenção à Covid-19. "Nenhum deles tinha álcool em gel, ou uma placa falando sobre as necessidades de distanciamento, manter janelas abertas ou qualquer outra orientação", relata. Além disso, segundo o vereador, a empresa também não teria adotado medidas de distanciamento social entre os passageiros, seja dentro dos veículos ou nos pontos de embarque e desembarque. O mesmo para os motoristas, já que nenhuma medida teria sido adotada para isolar, através de barreira mecânica, os motoristas dos passageiros, expondo ambos ao risco de contágio pela Covid-19. No texto enviado ao Ministério Público, o vereador ainda aponta que a empresa não estaria disponibilizando a totalidade da frota, causando aglomeração de usuários dentro do veículo durante as viagens. "O que põe em risco os usuários do sistema e seus colaboradores", justifica no documento. Por último, o vereador cita que a empresa sequer estaria cumprindo os protocolos de higienização dos ônibus coletivos. "Tentamos obter respostas junto à empresa, mas não fomos respondidos", afirma o parlamentar. Viação Piracicabana Por meio de nota, a Viação Piracicabana afirmou que não tem conhecimento sobre o assunto e segue as programações definidas com o órgão gestor. "Nós triplicamos a atenção na higienização nos ônibus e VLTs para zelar pela saúde e bem estar de todos e que, apesar da queda da demanda, estamos tentando manter a normalidade na operação", diz o texto. A empresa afirma, ainda, que toda a frota pode ser acompanhada em tempo real através do aplicativo 'Quanto Tempo Falta'. A tecnologia permitiria, assim, que os clientes vejam todos os carros em operação com estimativa de chegada, horários e localização ao vivo. A Prefeitura de Santos não respondeu aos questionamentos até a publicação desta reportagem.
Por G1 Santos
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